29 de ago. de 2010

Personalidades: Christopher Nolan - Gênio da Mente Inquieta


Christopher Nolan nasceu em 30 de julho de 1970, em Londres na Inglaterra, e desde cedo já demonstrava interessa na sétima arte. Começou a fazer filmes ainda criança, quando tinha apenas sete anos, usando a câmera 8 mm de seu pai para fazer vídeos usando seus bonecos. Filho de um publicitário inglês e uma comissária de bordo americana, Nolan estudou literatura inglesa na University College of London, e enquanto isso começou a produzir seus primeiros curtas-metragens.



Hoje, aos 40 anos, o inglês Christopher Nolan é um dos poucos diretores da atualidade que consegue unir respeito e admiração tanto do público quanto da crítica. É um dos novos queridinhos da indústria por equilibrar com perfeição arte e entretenimento em filmes capazes de faturar alto nas bilheterias mesmo sendo ousados para a inteligência cada vez mais rara da esmagadora maioria que lota as salas de cinema pelo mundo.

Após sair do set de Batman – O Cavaleiro das Trevas, que rendeu mais de US$ 1 bilhão pelo mundo – feito só alcançado por Avatar, Titanic, Piratas do Caribe: O Baú da Morte, O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e Alice no País das Maravilhas –, Nolan pediu um tempo para a Warner entre o segundo e o terceiro longa da nova franquia do Homem-Morcego para tornar realidade um antigo sonho: A Origem, filme cujo roteiro – do próprio diretor – vem sendo desenvolvido por cerca de uma década.



A Warner, no entanto, não viu problema algum, afinal depois de Batman Begins, de 2005, Nolan quis fazer O Grande Truque, que é um espanto de bom. Logo depois, entregou O Cavaleiro das Trevas, que é tão extraordinário que consegue melhorar o primeiro filme. Então, pra quê se preocupar? Deixem o homem fazer o filme que ele quiser entre um Batman e outro. Não se mexe em time que está ganhando.

É bom o espectador lembrar que Chris Nolan não fez apenas Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas em sua vida. Além do já citado O Grande Truque, que é muito mais do que uma história de rivalidade entre dois mágicos, Nolan dirigiu os longas Following (1998), Amnésia (2000) e Insônia (2002).

Imagem: Amnésia

Em 2000, Nolan dirigiu seu primeiro filme comercial, o excepcional Amnésia. Amnésia já dava pistas do caminho que o diretor seguiria e apontava o direcionamento do raciocínio não lógico dele. A perturbadora história de um homem sem memória em busca de vingança que, para se lembrar do que esqueceu, tatua em si as informações que precisa para sobreviver. A grande sacada de Nolan foi contar uma história simples, por vezes clichê, de uma maneira inusitada: o filme começa no final e se desenrola ao contrário.

Imagem: Insônia

Dois anos mais tarde, dirigiu Insônia. Nolan explorou, mais uma vez, o universo dos distúrbios psicológicos e dos demônios interiores do ser humano para contar a história de um policial que persegue um criminoso no Alasca. O policial não consegue dormir durante toda a sua estadia no lugar: graças ao Sol da Meia Noite - fenômeno que só ocorre no pólo Norte e que faz com que não exista noite durante um longo período de tempo -, e aos traumas que carrega consigo. Mais uma vez, o limite entre a sanidade e a loucura que o diretor sabe explorar tão bem é visto de forma brilhante, principalmente pela atuação absurda de Al Pacino no papel do perturbado policial. O filme ainda conta com Robin Williams e Hillary Swank no elenco.

Após produzir Insônia, o diretor tinha planos de adaptar a história de Howard Hughes para o cinema, mas desistiu ao saber que Martin Scorsese estava envolvido no projeto de O Aviador, filme que conta a biografia do excêntrico Hughes. Entretanto acostumado a lidar com as sombras e os sentimentos mais íntimos e pesados do ser humano, Nolan recebeu um convite inusitado, porém mais coerente do que se imagina. Chamado para dirigir uma nova versão do herói Batman para o cinema, aceitou o desafio e foi, a princípio, criticado por se envolver com um gênero tido como “superficial demais” para um diretor acostumado a escavar as profundezas da personalidade de seus personagens.

Imagem: Batman Begins

Quando foi lançado, Batman Begins (2005) alçou o diretor a um novo patamar. Se ele já era querido entre a crítica e já possuía uma fanbase, o filme o elevou ao status de ícone cult e referência para os fãs de quadrinhos. Nunca antes um herói havia sido retratado com tanto realismo e dor. O Batman de Chris Nolan era tão verossímil quanto sofredor. Christian Bale dá vida a Bruce Wayne/Batman, enquanto Michael Caine interpreta o fiel mordomo Alfred. O longa conquistou uma indicação ao Oscar de fotografia.

Imagem: O Grande Truque

Em 2006 Nolan apresentou ao mundo o seu mais novo trabalho, o ótimo “O Grande Truque”. O filme narra a história de Robert Angier e Alfred Borden, dois mágicos de grande rivalidade. Alfred apresenta um truque espetacular; Robert fica obcecado em descobrir qual o segredo no truque do rival. Mais uma vez, Nolan conta com a dupla de atores Caine e Bale, além de Hugh Jackman e Scarlett Johansson. O filme foi bem recebido pela crítica e pelo público. O Oscar reconheceu as qualidades técnicas do filme, por meio, de duas indicação ao prêmio: melhor fotografia e melhor direção de arte. 

Imagem: Batman - O Cavaleiro das Trevas

Em 2008 Nolan voltaria mais uma vez ao personagem Batman, na sequência O Cavaleiro das Trevas (2008), que além do assustador Batman interpretado por Christian Bale, trazia a imponente e perturbadora presença de Heath Ledger, em um de seus últimos trabalhos em vida, como o vilão Coringa. O cuidado visual e com o texto levaram o diretor ao grande público, que por vezes passou despercebido por seus trabalhos anteriores. O filme recebeu 8 indicações ao Oscar, e saiu vitorioso em 2 categorias: Melhor Ator Coadjuvante para Heath Ledger e Melhor Mixagem de Som.

Imagem: A Origem

Agora, em 2010, o diretor lançou aquela que pode ser sua obra-prima. Mesclando todos os elementos que lhe são peculiares, escreveu e dirigiu A Origem, que mais do que todos seus trabalhos anteriores, explora os desejos e a obscuridade humana, porque se passa justamente dentro da mente das pessoas. A história da gangue especializada em invadir os sonhos das pessoas e extrair seus segredos mais profundos é tão complexa e bonita visualmente que é impossível não identificar Nolan em cada detalhe.


Nolan é um investigador da mente humana. Por isso mesmo, adora encontrar novas maneiras de se contar uma história. Cria ordem através do caos. Destrói para construir algo que parece novo. Usa seus filmes como parte de um estudo da dualidade do Homem, sempre entre a realidade e a ficção, o bem e o mal, o correto e o incorreto. Às vezes, características opostas se encontram no mesmo indivíduo (o Leonard, de Amnésia), outras vezes em dois homens iguais, mas de lados diferentes da lei (Batman e o Coringa). Dentro deste universo, costuma desenvolver protagonistas masculinos extremamente obsessivos com passados nebulosos. Quase todos perderam entes queridos, geralmente a mulher amada. Todos buscam a redenção. Existem no melhor lugar para se contar histórias e fabricar sonhos – o cinema -, mas refletem pessoas que conhecemos muito bem do lado de cá da tela.

 
Filipe Camelo – 29/08/2010

4 comentários:

  1. Parabéns pela matéria, esse Nolan é mesmo um gênio, de seus filmes ainda não assisti A Origem, então o meu preferido dele é O Grande Truque.

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  2. Gosto muito dos 2 Batman, o segundo em especial, é o filme que meu namorado gosta mais. Pretendo assisti os outros filmes dele.

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  3. Gostei do título dessa matéria, esse cara realmente tem a mente inquieta, sou fâ dele!

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  4. Inception eh um filmaço esse kra eh mto bom msm.

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