Ao longo dos anos, Tim Burton tornou-se um dos cineastas mais cultuados de Hollywood e construiu um pequeno universo carregado de personagens góticos e extremamente sensíveis.
Nascido na Califórnia, em 1958, Timothy William Burton sempre demonstrou interesse pelas artes. Burton é o primeiro dos dois filhos de Bill Burton e Jean Erickson e descreveu sua infância como peculiar, imaginativa e perdida em seus próprios pensamentos. Ele achava a vida doméstica e a escola difícil e fugia da realidade do cotidiano lendo livros sombrios de Edgar Allan Poe e assistindo a filmes de terror de baixo-orçamento.

Após o colegial, estudou Animação por três anos no Instituto de Artes da Califórnia e, depois de se destacar pelo visual extermamente criativo de seu trabalho foi contratado pelo Walt Disney Studios, onde trabalhou como animador nas produções “O Cão e a Raposa” (1981) e “Tron – Uma Odisséia Eletrônica” (1982). Entretanto, achando que a Disney não lhe conferia liberdade criativa suficiente, resolveu em 1982 desenvolver seu próprio projeto, “Vincent”, uma homenagem a um dos seus maiores ídolos, o famoso astro de filmes de terror Vincent Price. O curta mostra um garoto que passava os dias sonhando em ser Vincent Price. O próprio Vincent Price, a convite de Tim Burton, é o narrador do curta.
“Vincent” chamou a atenção para o trabalho de Burton, que, ganhando mais liberdade dentro da Disney, pôde criar uma pequena obra-prima, “Frankenweenie”, de 1984. Burton criou uma pequena fábula sobre Sparky, um cachorro que ressurgiu remontado depois de um pequeno acidente. O curta foi um sucesso, e em 1985 Burton foi convidado por Steven Spielberg para fazer um trabalho dentro da série de TV “Amazing Stories”. Burton fez “Family Dog”, mostrando as relações de um cachorro e seus estranhos donos, sob o ponto de vista do cachorro.
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| Imagem: As Grandes Aventuras de Pee-Wee |
Burton estava cada vez mais empolgado com a idéia de assumir a direção de um longa-metragem e conseguiu ainda em 1985. Ele dirigiu para a Warner o filme “As Grandes Aventuras de Pee-Wee”, baseado no personagem criado para a TV por Paul Reubens. O filme mostra Pee-Wee, uma criança dentro de um homem, que embarca na maior aventura de sua vida pelos EUA, para achar sua amada bicicleta, que fora roubada em plena luz do dia.
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| Imagem: Os Fantasmas se Divertem |
Em 1988, Burton foi finalmente notado em Hollywood quando “Os Fantasmas se Divertem” fez sucesso nos cinemas, com uma história que tinha a sua cara. O filme mostra um casal que morre repentinamente, descobrindo que a “outra vida” é um pesadelo cheio de burocracia. Para piorar as coisas sua casa é vendida para um casal de neuróticos. O casal tenta de tudo para expulsar os novos proprietários, mas não obtêm o resultado desejado e resolvem contratar o bizarro Beetlejuice para ajudá-los, porém não é bem isso que ele faz. O filme ganhou o Oscar de Melhor Maquiagem.
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| Imagem: Batman |
Com o sucesso de “Os Fantasmas se Divertem” em mãos, Burton foi o escolhido pela Warner para levar Batman aos cinemas em 1989. “Batman” foi um enorme sucesso, faturando mais de US$ 400 milhões nas bilheterias do mundo inteiro. Tinha no elenco Michael Keaton como Bruce Wayne/Batman e Jack Nicholson como o Coringa. A Gotham City sombria visualizada por Burton e criada por Anton Furst, garantiu um merecido Oscar de Melhor Direção de Arte. Batman colocou Burton como um dos maiores nomes da Hollywood atual.
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| Imagem: Edward Mãos-de-Tesoura |
No ano seguinte, em 1990, Burton nos presenteia com “Edward Mãos-de-Tesoura”, baseado em uma história de sua autoria. O filme é uma pequena fábula de terror sobre um rapaz criado em laboratório que possui tesouras no lugar das mãos. O filme marca também o início da parceria com Johnny Depp, além de contar com uma participação de Vincent Price, em seu último papel no cinema.
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| Imagem: Batman - O Retorno |
Em 1992 Burton volta ao universo do Batman com “Batman – O Retorno”. Michael Keaton volta a reprisar o personagem. O elenco contava com Danny DeVitto como o deformado Pingüim, Michelle Pfeiffer como a sensual Mulher-Gato e Christopher Walken como o empresário Max Shreck. O filme, a exemplo do primeiro, chamou a atenção pela atmosfera soturna e pelo desempenho dos atores que interpretam os vilões, que valem cada minuto do filme.
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| Imagem:O Estranho Mundo de Jack |
No ano seguinte, Burton atuou como produtor na animação stop-motion “O Estranho Mundo de Jack”. O filme tornou-se extremamente cultuado, entretanto, ao contrário do que muitos acham, a direção não é de Tim Burton, mas de Henry Selick. Porém a marca visual de Burton pode ser notada durante toda a duração da animação, desde a história (do próprio Burton), até o clima sombrio.
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| Imagem:Ed Wood |
Em 1994 Burton dirigiu sua obra-prima: “Ed Wood”. Uma verdadeira declaração de amor ao cinema, o filme é uma biografia do cineasta considerado como o pior diretor de todos os tempos, autor de filme como “Glen ou Glenda?” e “Plan 9 From Outer Space”. O personagem foi entregue a Johnny Depp, mas o destaque ficou por conta de Martin Landau, que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante interpretando um decadente – e viciado em drogas – Bela Lugosi. Com uma belíssima fotografia em preto e branco, o filme figura entre as melhores produções da década de 90.
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| Imagem:Marte Ataca! |
Burton reforçou a imagem de autor de filmes estranhos ao realizar “Marte Ataca!” em 1996. O filme é uma alucinada comédia baseada numa série de figurinhas da década de 50. O filme mostra uma invasão marciana à Terra, mesclando todos os clichês da ficção científica, especialmente os utilizados nos filmes B produzidos na década de 50. Um super elenco, entre eles Jack Nicholson, Pierce Brosnan, Glenn Close, Danny DeVitto, Michael J. Fox, Sarah Jessica Parker e Natalie Portman.
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| Imagem:A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça |
Após “Marte Ataca!” Burton só voltou a sentar na cadeira de diretor em 1999, para realizar “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”. Estrelado por Johnny Depp, o filme mostra um policial, meio covarde, incumbido de investigar estranhas mortes na cidade de Sleepy Hollow no final do século 18, atribuídas ao misterioso personagem do título. O filme foi indicado aos Oscar de Melhor Figurino, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte, sendo premiado nesta última categoria merecidamente.
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| Imagem:O Planeta dos Macacos |
Em 2001 Burton dirigiu “Planeta dos Macacos”. O filme, como o próprio diretor declarou várias vezes, não é uma refilmagem do clássico de 1968 dirigido por Franklin J. Schaffner, mas sim uma nova visão do livro que o inspirou, escrito por Pierre Boulle. Estrelado por Mark Wahlberg, o filme mostra um astronauta que cai em um planeta onde os símios são a espécie dominante, e não os humanos. O filme de Burton, mesmo não sendo uma adaptação filme fiel do livro, consegue ser mais fiel ao livro do que o filme de 68.
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| Imagem:Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas |
No ano de 2003 Burton dirigi “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”. O filme é baseado no livro de Daniel Wallace, e fala da frustração de Will Bloom (Billy Crudup), um rapaz que acusa o próprio pai Ed (Albert Finney) de ser um mentiroso compulsivo. De tanto ouvir mentiras durante anos e anos, Will afirma não saber as verdadeiras histórias sobre o pai e, conseqüentemente, desconhecer suas próprias raízes familiares. O pai rebate, afirmando que é o filho que não sabe ouvir direito suas mensagens.
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| Imagem:A Fantástica Fábrica de Chocolate |
Em 2005 Burton volta aos cinemas não com um, mas com dois filmes. O primeiro a estrear foi “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, e assim com em “Planeta dos Macacos”, o filme não é uma refilmagem do clássico de 1971, mas sim uma nova adaptação do livro de Roald Dahl. A figura central do filme é Charlie Bucket (Freddie Highmore), um garoto pobre que mora com seus pais (Helena Boham Carter e Noah Taylor) e quatro avós. Seu sonho é conhecer a fábrica de chocolate de Willy Wonka. Um dia o empresário lança um concurso mundial: em cinco barras de seu chocolate, o Wonka Bar, há escondido um tíquete dourado que dá ao premiado o direito de visitar a fábrica. Cinco crianças serão as felizardas e Charlie sonha ser uma delas.
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| Imagem:A Noiva-Cadáver |
Alguns meses depois, chega aos cinemas “A Noiva-Cadáver”. Burton volta a produzir um filme de animação ao estilo do seu excelente “O Estranho Mundo de Jack”. Na voz do protagonista, está Johnny Depp. O filme mostra a história de Victor, um atrapalhado jovem que está de casamento marcado com Victoria, mas só conhece a noiva no dia do ensaio da cerimônia. Mesmo sendo um casamento arranjado, ambos se simpatizam. O que pode atrapalhar o enlace é a Noiva-Cadáver do título. Na floresta vizinha ao vilarejo onde mora, Victor treina seus votos e coloca a aliança num galho. O que ele não imaginava é que o galho é um dedo de verdade, pertencente a uma jovem assassinada, que volta do mundo dos mortos insistindo ser a mulher de Victor.
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| Imagem:Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet |
Dois anos depois, em 2007, Tim Burton dirigi a saga demoníaca “Sweeney Tood: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, uma adapatação do musical da Broadway de mesmo nome. O filme nos mostra a história de Benjamim Barker, um barbeiro que levava uma vida comum e feliz com sua esposa e sua filha bebê. Até que o juiz Turpin se interessa pela mesma. Decidido a tomar a mulher para si, ele ordena que prendam Barker sob falsa acusação e que o exilem. Quinze anos depois, ao voltar do exílio na Austrália, o barbeiro retorna a Londres, agora sob o nome de Sweeney Todd, e com sede de vingança. Ao voltar, descobre que o juiz Turpin adotou sua filha, agora com 15 anos e o que aconteceu com sua mulher.
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| Imagem:Alice no País das Maravilhas |
Por fim chegamos a 2010, onde Burton nos mostra sua visão de “Alice no País das Maravilhas”. O filme nos mostra Alice (Mia Wasikowska), agora com 19 anos, de volta ao País das Maravilhas, e fugindo de um casamento arranjado. No mundo mágico, ela reencontra os personagens estranhos, como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), a Rainha Branca (Anne Hathaway) e a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter). É nessa jornada fantástica que a jovem tentará encontrar seu verdadeiro destino e acabar com o reino de terror da Rainha Vermelha.
Mais uma bela matéria, gosto muito de Burton, os filmes dele são fabulosos e únicos.
ResponderExcluirParabéns pela matéria Filipe, adoro essa parceria entre Tim Burton e Johny Deep.
ResponderExcluirQuem nunca assistiu a um filme de Tim Burton? Todos são maravilhosos.
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