29 de set. de 2009

Flashback: Alien O 8º Passageiro


O extraterrestre mais aterrorizante do espaço está completando 30 anos em 2009, depois de comemorarmos as "bodas de prata" de Karatê Kid é a vez de celebrarmos as três de décadas do filme que levou a ficção científica a realmente assustar o público: Alien, o 8º Passageiro. Mas, antes de embarcar nessa viagem horripilante, lembre-se:

"No espaço, ninguém pode ouvir seus gritos..."



Essa frase no cartaz de "Alien - O Oitavo Passageiro" é a primeira coisa que me vem na cabeça ao pensar nesse filme, que considero um dos melhores de terror já feitos. Sim, apesar de possuir vários elementos de ficção científica (viagens no espaço, alienígenas, planetas distantes) é um filme de terror, daqueles que você nem pisca com medo de perder algum detalhe.

Dirigido por Ridley Scott, que ajudado por ótima equipe técnica, concebeu um visual surpreendente, que mesmo trinta anos mais tarde jamais soa datado. Merecidamente, o filme foi premiado com o Oscar de Efeitos Visuais e indicado à estatueta de Direção de Arte. E ainda saiu vitorioso no Bafta (Trilha Sonora e Produção de Design) e na Academia de Filmes de Ficção Científica, Fantasia e Terror dos EUA (Filme de Sci-Fi, Direção e Atriz Coadjuvante, para Veronica Cartwright ).

Pouco depois, em 1982, o cineasta confirmaria seu talento em outro clássico da ficção científica, Blade Runner, eventualmente considerado o melhor filme do gênero na história do cinema, em páreo duro com 2001 – Uma Odisséia no Espaço.


Conheça a tripulação da Nostromo:


Capitão Dallas  (Tom Skerritt, de “Top Gun - Ases Indomáveis” e “Bonneville - A Força da Amizade”) – capitão e líder do rebocador espacial Nostromo.


Tenente Ripley (Sigourney Weaver de "A Vila" e "Ghostbusters", foi duas vezes indicada ao Oscar de Melhor Atriz, por "Aliens, o Resgate" (1986) e "Gorilas da Bruma" (1988)). – Estrela principal da série , a Tenente Ripley trava uma batalha desigual com o alienígena a bordo da espaçonave que está prestes a explodir.


Navegadora Lambert (Veronica Cartwright de “The Birds” e "Arquivo X") – a moça medrosa e desesperada que não concorda com Ripley quando esta decide deixar o novo "hóspede" fora da nave.


Técnico de Engenharia Brett (Harry Dean Stanton, de “O Poderoso Chefão - Parte II” e “The Green Mile”) – o operário "sem personalidade" é responsável juntamente com Parker pela manutenção da nave.


Oficial Kane (John Hurt, que recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante por "O expresso da meia-noite", atuou recentemente em "V de Vingança", "A Chave Mestra", "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e "Hellboy II".) – o explorador curioso e o primeiro tripulante a ter um encontro cara-a-cara com o Alien, enquanto inspecionava um casulo em forma de ovo.


Oficial Cientista Ash (Sir Ian Holm, Em 1998 foi condecorado Comandante Cavaleiro do Império Britânico (KBE), mais alto grau da Ordem do Império Britânico, atuou recentemente na trilogia"O Senhor dos Anéis" como Bilbo Baggins, "O Aviador" e "O Dia Depois De Amanhã", entre outros) – o cientista frio e calculista que sabota estranhamente as tentativas de destruição do Alien, até que descobrimos que ele é um andróide e que tem a missão de investigar essa nova forma de vida.

Engenheiro Chefe Parker (Yaphet Kotto, de “007 - Viva e Deixe Morrer” e “A Hora do Pesadelo 6 - O Pesadelo Final”) – O operário "injustiçado" que reclama o tempo todo.
A história é até simples mas a forma que essa história se desenrola é fantástica: O imenso rebocador Nostromo desliza silenciosamente pelo espaço. Em viagem de retorno da profundezas da galáxia, está levando sua tripulação de sete pessoas de volta à Terra. Mas quando o computador da nave recebe um sinal de socorro de um planetário próximo, a tripulação é acordada de sua "hibernação" e descobrem que a nave está indo em direção a esse planeta (a nave deles foi construída para agir dessa forma caso ocorram chamados desse tipo), ficando obviamente meio contrariados com a situação. O Nostromo então pousa no desolado planeta chamado LV-426.

Dallas, Lambert e Kane partem para a exploração do planeta, monitorados pelo pessoal da Nostromo e com as câmeras do capacete mostrando a ação, encontram destroços de uma grande nave alienígena, enquanto os outros tripulantes descobrem (tarde demais) que o sinal na verdade não era um SOS, mas sim um sinal de alerta.. Então começa aquela sensação ótima de dúvida que é tão bom nesse gênero...o que espera por eles nesse planeta? Por que o alerta? O que há dentro dessa nave que possa ser tão perigoso? O clima de tensão fica maior quando ouvimos a respiração pesada dos personagens, o barulho dos passos deles na nave...
Vários e vários ovos espalhados pelo chão da nave que os tripulantes da Nostromo estão explorando, ainda pensando se tratar de um pedido de socorro. O que sairiam desses ovos? De repente um deles se abre, o coração acelera, e de repente vemos um bicho estranho pular e grudar na cabeça de um dos personagens.. Os outros cometem um erro mortal então, levam o corpo da vítima(que ainda está viva) para dentro da nave. Começamos a ver um pouco das características da personagem principal, tenente Ripley (Sigourney Weaver), ela é contra a entrada do corpo na nave de todas as formas, mas seus superiores não dão muita atenção a ela... Ash libera a entrada. Kane é colocado na maca com aquela mistura de aranha com lagosta na cabeça, e um tentáculo estrategicamente apertando sua garganta. Uma imagem perturbadora e asfixiante. Ao tentar retirar o alienígena da cabeça da vítima, descobrimos mais um detalhe(mortal) desse ser estranho: no lugar de sangue seu corpo possui ácido e dos mais poderosos, que derrete o chão da nave em vários andares seguidos. Uma ótima forma de defesa. Além disso a criatura não pode ser arrancada porque quebraria o pescoço de Kane, então não há escolha a não ser deixar tudo como está.
Algum tempo depois vem a surpresa: o alienígena aparece morto (na verdade encontram apenas uma "casca" num canto) e Kane aparentemente está ótimo. Fala, anda e age como se nada tivesse ocorrido. Até que chega a hora de fazerem uma refeição, e temos então uma das cenas que foi constantemente citada nos anos 80 (por exemplo em "SOS, Tem um Louco Solto no Espaço" e "Wacko, Uma Comédia Maluca" que não só satiriza a situação como usa o próprio ator John Hurt.) Kane engasga e convulciona. O Alien sai do estômago de Kane e o sangue explode no rosto de Lambert. Quando o alienzinho dá as caras, ainda na forma recém-nascida, já estamos com quase 1 hora de filme - lição aprendida com o "Tubarão" de Spielberg: mostrar pouco do monstro, segurar a tensão, guardar o suspense pra mais tarde. Kane é a primeira vítima. Faltam seis.
A criatura sai correndo rapidamente, com o alien solto na nave, começa a caçada - embora você não saiba quem exatamente está caçando quem. Ash aparece com o localizador, outra ferramenta de suspense que será muito usada no resto da "saga". É um dos muitos elementos que viriam a se tornar clichês do gênero. Afinal essa é uma das funções do clássico: criar clichês. Como o tradicional susto do gato.

O bichano escapa e Brett vai atrás dele. Quando as batidas de coração voltam, você já sabe que ele vai morrer. Quem volta para salvar o bicho sempre morre. Começa o desfile de mortes criativas, uma melhor que a outra. Brett encontra seu destino em um cenário gótico, com correntes, ganchos e água pingando. Pela primeira vez o alien aparece em sua forma adulta, um monstro negro que baba horrores e um pouco maior do que uma pessoa comum. Sua cor a torna ainda mais "invisível" em meio às sombras da nave e o medo aumenta a cada movimento seu nessa viagem macabra, parecendo até que o espectador é um nono passageiro porque a sensação que dá é de estarmos ali naquela nave, olhando para as sombras procurando a criatura e ao mesmo tempo não querendo encontrar. Amedrontador, escondido nas trevas com sua carapaça brilhante e toda a baba que lhe é peculiar. Seu design mistura tudo que pode causar repulsa, elementos gore (vísceras, gosmas), esqueleto, casca de insetos... e de alguma forma o conjunto final ainda consegue ser elegante, o tipo de estátua que você teria na estante. Quer dizer, eu teria. O close no rosto do gato enquanto Brett é dilacerado é cortesia do talentoso Ridley Scott e tem um toque de "Blade Runner" ali, na impassividade do gato perante a tragédia. Brett é a segunda vítima. Faltam cinco.
O Capitão Dallas resolve caçar o alien no duto de ventilação, outro elemento que se tornaria clichê. . O duto é claustrofóbico por natureza, você não tem como fugir dele. Quando juntam duto + localizador, o resultado é pânico. De novo é Lambert a responsável por este pânico, acompanhando o sinal do alien se aproximando rapidamente do sinal de Dallas. O líder que deveria ser o herói do filme já era. Faltam quatro.
Na ausência do Capitão, Ripley chama para si a responsabilidade. Sua primeira ação como líder dos sobreviventes é intelectual: ela pergunta ao computador de bordo o que está havendo e descobre que a Companhia quer o alien vivo. No caso, Parker tinha razão em sua paranóia proletária: os executivos ausentes da Companhia é que são os verdadeiros vilões. Eles deixaram o monstro entrar. Eles querem o bicho vivo para a divisão de armas biológicas - algo mencionado rapidamente aqui, mas que fica bem claro nos outros filmes da série. Portanto, a tripulação é descartável. Tem início uma luta brutal entre Ripley e Ash, que defende os interesses da Companhia. Quando Ash sangra um sangue branco, descobrimos que ele é um andróide, um replicante de força superior, que exige a união dos três humanos para ser liquidado. Ok, Ash está morto. Faltam três.
Os sobreviventes decidem explodir a nave e fugir na cápsula de emergência. Ripley ainda perde tempo salvando o maldito gato Jones, enquanto Parker e Lambert vão arrumar as malas. Deus sabe como a personagem mais desesperada sempre tem a morte mais sofrida nos filmes-catástrofe. O destino de Lambert é cruel, ela acompanha o triste fim do colega Parker, empalado com requintes de crueldade bem na sua frente e depois também é morta pelo Alien. Se você tinha alguma dúvida de quem era a heroína do filme desde o princípio, a única com atitudes nobres e coerentes o tempo todo, suas dúvidas acabaram, porque só sobrou Ripley viva. Além do gato, é claro. E aos 1h37 de filme, Ripley encara o alien pela primeira vez. Desespero total. A contagem regressiva está rolando, luzes de emergência piscam, vapores explodem e a câmera corre pelos corredores da Nostromo acompanhando Ripley. Muitas vezes o design dos corredores se confunde com a textura da criatura, o que não é por acaso. O alien pode estar em qualquer lugar. Inclusive dentro do módulo de fuga, o que Ripley só vai descobrir no epílogo, quando todos acham que já está tudo bem. Aquele susto final que nós tanto adoramos.
Ripley encontra o alien dentro do módulo, a Nostromo já foi pelos ares, e após uma sequência de suspense quase insuportável o bicho encontra seu destino na turbina da pequena nave. Nossa heroína vai dormir o sono dos justos sem saber se um dia será resgatada.

///TRAILER

 

Alien marcou época por uma série de fatores. É um filme de ficção, mas também é suspense e terror. Foi o longa que rompeu com a era dos extraterrestres “bonzinhos” no cinema, graças principalmente à figura do título, assinada pelo artista surrealista H. R. Giger, que fez, finalmente, um ser que não fosse humano soar realista
Alien, o 8º Passageiro virou cult e franquia, com três continuações: Alien – O Resgate (1986, de James Cameron), Alien 3 (1992, de David Fincher) e Alien – A Ressurreição (1997, de Jean-Pierre Jeunet).


 No mercado nacional existem algumas edições do filme em home vídeo. Mas a melhor de todas é a que tem toda a quadrilogia, que vem em bela embalagem, possui folheto extremamente bem elaborado, os filmes em suas versões originais do cinema e em versões dos diretores, comentários de equipes técnicas e vários documentários bacanas. Em 2009 também foi noticiado que Ridley Scott vai dirigir a história inicial de Alien, com os eventos que acontecem antes do primeiro filme da série.

///IMAGENS - Box Alien Quadrilogia
Por: Amanda Katielli - 29/09/09

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